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"O Dragão de Gelo", George R. R. Martin | Resenha

  • Bárbara Henriques
  • 22 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

"O dragão de gelo era uma criatura lendária e temida, pois nenhum homem jamais havia domado um. Quando sobrevoava o mundo, deixava um rastro de frio desolador e terras congeladas. Mas Adara não tinha medo. Pois Adara era uma criança do inverno, nascida durante o frio mais intenso de que alguém tinha memória.

Adara não se lembrava de quando viu o dragão de gelo pela primeira vez. Parecia que a criatura sempre estivera em sua vida, avistada de longe enquanto ela brincava na neve gelada durante muito tempo depois de as outras crianças terem fugido do frio. Aos quatro anos ela o tocou, e aos cinco montou no dorso imenso e gelado do dragão pela primeira vez. Então, aos sete anos, em um dia calmo de verão, dragões de fogo vindos do norte desceram sobre a fazenda pacífica que era o lar de Adara. E apenas uma criança do inverno — e o dragão de gelo que a amava — poderiam salvar o seu mundo da completa destruição."

Nascida no que os fãs de Martin chamariam de "a longa noite", Adara tem a frieza, os cabelos platinados e os olhos azuis de alguém que foi tocada pelo frio logo que nasceu. E é por isso que ela é a única que pode domar o dragão de gelo.

O Dragão de Gelo é sim um livro infantil, mas não deixa de ser uma história bonitinha para todas as idades. Me lembrou um pouco o clássico Alice no País das Maravilhas. Os dois são sobre uma garotinha em um mundo fantástico com criaturas fantásticas e uma história singela, capaz de conquistar a todos e transcender gerações.

Mas todos conhecem Lewis Carroll por Alice, e nós não conhecemos George R. R. Martin por O Dragão de Gelo, não é? Aliás, são vários os paralelos entre essa obra e a obra-prima do autor, As Crônicas de Gelo e Fogo. É uma fantasia medieval com dragões, magia, personagens singulares e estações do ano. Há até referências a dragões de gelo nos livros d'As Crônicas!

Mas as semelhanças terminam por aí. O Dragão de Gelo foi lançado cerca de 10 anos antes de A Guerra dos Tronos, primeiro livro da série, e o próprio Martin falou que as obras não se passam no mesmo universo, como a Mikannn e a Carol Moreira falaram.

Por outro lado, não é justo comparar as duas obras sendo que foram escritas para públicos muito diferentes. Qualquer criança que ler (ou ouvir) a história do dragão de gelo ficará fascinada. Martin usa aqui uma linguagem simples e de frases curtas, descrevendo com cuidado os detalhes para que o livro tornasse atrativo aos ouvidos dos pequenos leitores. Sendo assim, me lembrou um pouco os ótimos Frozen e A Origem dos Guardiões.

As ilustrações são um show a parte. Luis Royo sabe desenhar dragões de gelo muito bem! Ao olhar para os desenhos da criatura (especialmente o dragão da página 97), somos transportados para a pele de Adara e sentimos o que ela sentiu: medo e fascínio por aquela criatura gigante, maravilhosa e mortal.

Bom, talvez esse livro não valha o dinheiro que paguei por ele, que por ser do Martin, é caro. Afinal, o li com três dias. (Ou será que vale?) Mas, se um dia eu for colocar uma criança inquieta para dormir, definitivamente vou ler O Dragão de Gelo para ela.

Título original: The Ice Dragon Ano de publicação: 1980 N° de páginas: 130 Editora: LeYa

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