Os Defensores 1ª temporada | Crítica
- Bárbara Henriques
- 3 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Depois de três anos de ansiedade, finalmente estreou na Netflix o que os fãs da Marvel mais queriam ver desde a parceria com a plataforma de streaming: a união entre o Demônio de Hell's Kitchen, a investigadora mal-humorada, o herói do Harlem e o jovem bilionário com um punho que brilha. Depois de uma temporada introduzindo cada personagem no universo compartilhado da Marvel (e duas de Demolidor), temos Os Defensores!
A série começa no ponto em que Punho de Ferro termina. Danny e Colleen estão atrás do Tentáculo pela destruição de K'un-Lun, enquanto Matt ainda sofre pela morte de Elektra e tenta deixar o Demolidor de lado, focando apenas em sua carreira como advogado. Já Luke quer apenas seguir com sua vida após sair da prisão, e Jessica Jones pega um caso sobre o misterioso desaparecimento de um arquiteto, o que acaba por colocá-la junto dos outros Defensores.
Até que os quatro finalmente se encontram, já estamos lá no terceiro episódio — o que não é necessariamente ruim. A essa altura já conhecemos esses personagens em suas respectivas séries, cada uma com seu próprio ritmo, suas peculiaridades e estética. E aqui não é diferente. Sempre que acompanhamos Jessica, a palheta de cores é azulada e fria; as cenas do Punho de Ferro são esverdeadas e místicas; Matt tem sequências avermelhadas e Luke Cage aparece em tons amarelos e ao som de rap.

Imagem via Plano Aberto.
Pode parecer uma jogada estranha, mas evidencia que cada um ali tem suas próprias guerras e seus próprios demônios. E uma vilã que só usa branco. E que vilã! A experiente Sigourney Weaver (de Caça-Fantasmas e Avatar) interpreta com maestria Alexandra, a líder do Tentáculo. Também estão bem aqui Scott Glenn como Stick e Rosario Dawson como (Nick Fury?) Claire Temple.
Por outro lado, nem tudo que parecia bom no papel funcionou em cena. Praticamente todas as lutas são má coreografadas, a edição é cheia de cortes confusos e algumas transições de cena são risíveis. No terceiro episódio, as transições das cenas de Elektra são dignas de Power Point (!!!). O roteiro também tem algumas falhas: o que é e por que a Elektra é o Black Sky? Por que o Tentáculo quer destruir NY e qual é seu objetivo? São perguntas que a série apenas tenta responder.
Danny Rand ainda é o ponto fraco da trama, dizendo "I'm the immortal Iron Fist" de 5 em 5 minutos. O roteiro insulta a inteligência do espectador ao ficar se reafirmando o tempo todo. A atuação de Finn Jones ainda é inferior aos demais, mas seu personagem está melhor aqui do que em sua série solo.
Os Defensores é inferior à Demolidor, melhor produção da parceria Marvel/Netflix, mas vale seu tempo. Com apenas 8 episódios (tempo suficiente para contar a história), temos boas cenas de Luke e Danny e o dilema social entre eles, os melhores diálogos entre Matt e Jessica e boas participações de personagens menores (Karen, Foggy, Trish, Claire, Colleen, Misty).
No fim, cada um volta para o seu canto — mas a série deixa o gancho para uma segunda temporada. Será que veremos as Filhas do Dragão por aí?
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